Por Rita Durigan
Começo este post te convidando pra ver um filme de 2 minutos:
Sim, é um comercial. Feito pra vender uma marca e seu produto e um grande atrativo para prêmios publicitários – em 2015 a ação com o conceito #ShareTheLoad (algo como ‘vamos dividir a carga’, em português) foi premiada no consagrado festival Cannes Lions. A criação é da agência de propaganda BBDO Índia, de Mumbai, para o sabão em pó Ariel, da P&G. E tem uma profundidade e uma sensibilidade transformadoras ao falar de algo tão latente em nossa sociedade e de como precisamos começar a alterar nosso comportamento nas pequenas atitudes, se quisermos mudar o mundo. E de como, antes de julgar ou criticar, precisamos entender para poder transformar.
Recentemente escrevi sobre a importância de olharmos tanto para nossas meninas quanto para nossos meninos, se quisermos um mundo mais igual e justo, para todos: NÃO É SÓ SOBRE MENINAS OU MENINOS. É SOBRE PESSOAS.
Como mulher e mãe de menina tenho lido muito sobre feminismo e tantos outros temas relacionados. Li mais ainda durante o processo de produção do post que citei acima, que durou dias, me fez repensar muitos conceitos e chegou a ser doloroso, mas foi libertador quando publiquei.
Eu não tenho dúvidas de que temos que mudar. Mas temo que a gente perca o rumo de nossa luta por igualdade se não passarmos a nos preocupar com a transformação cultural olhando homens e mulheres e mudando hábitos em nossas vidas, na educação de nossos filhos, independentemente do gênero de cada um deles. Não podemos apenas julgar, culpar e exigir que o outro mude, mantendo nossos antigos hábitos. É quase como usar violência para combater a violência. Eu não acredito que funcione.
Hoje me deparei com o trailer do documentário: Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gêneros. Se você chegou até aqui, clique no link e assista também.
E se quiser ir mais fundo, leia o texto do blog Papo de homem, que já começa com a declaração: “Se os homens são parte do problema, eles também devem ser parte da solução.” – Marcos Nascimento
Por que eu insisto neste tema? Porque nossos filhos não são o futuro sozinhos. Somos futuro com eles através de nossos exemplos e ensinamentos. Precisamos prepara-los para construir um amanhã melhor, mais justo e igualitário. Não podemos jogar para eles a responsabilidade de corrigir tudo. Mudar uma cultura, um preconceito enraizado na sociedade, em cada um de nós, capaz de matar o corpo e a honra de mulheres como as jovens assassinadas no Equador , vai levar anos e anos, gerações e gerações. E a gente precisa começar essa transformação já. Em nossas vidas, nas nossas casas, com exemplo para nossas meninas e nossos meninos.