Entrevista – Aniversário infantil

por Paty Juliani

O que significa celebrar um aniversário? O que realmente fica registrado dessa celebração? Que lembrança você guarda das comemorações de seus aniversários quando criança?
A simplicidade, os gestos de amor e carinho, a preparação.
As respostas eram lindas e singelas. Vindas de todos os cantos daquela sala: “meu avô indo embora e eu querendo ir com ele, porque sem ele não fazia sentido”; “o bolo que minha mãe preparava com tanto cuidado”; “o bom dia especial que recebia de minha mãe, ainda na cama”; “as gelatinas coloridas que minha mãe preparou, colocando uma vela em cada uma delas para meus amigos assoprarem comigo na hora do bolo”, etc, etc, etc. Sessenta adultos lembrando, relembrando, falando e ouvindo. E o encerramento daquela linda manhã aconteceu com uma roda rítmica, simulando a celebração do sexto aniversário de uma criança dentro de uma escola Waldorf. Tamanho amor e respeito ecoaram em mim por dias e dias.
Pensando em tamanha beleza, em minhas próprias crenças e no excesso de todo tipo de consumo que vivemos, senti vontade de conversar com a Luciana.
Luciana Lopes Gonçales, 41 anos, mãe da Duda – 9 anos – e do Fê – 7 anos -,
assim se descreve: “Sou uma grande vontade de plantar semente boa em coração pequeno. Através da celebração das festas de aniversário almejo que estes pequeninos seres de luz absorvam e cristalizem valores e virtudes que os acompanharão vida afora”.
Seu trabalho cruzou meu caminho por acaso.
Eu morava em São Paulo e estava brincando com minha filha no parquinho quando vi uma movimentação no salão de festas. Cheguei perto e pude ver o encanto de uma mesa muito delicada, preparada para o aniversário de um ano de uma linda garotinha. Conversando com a mãe, que estava atenta a tudo e tinha preparado toda a comida, fiquei sabendo que aquela mesa era da Luciana. “Uma mãe também, que faz coisas lindas… ateliê Felizidade”.
Um nome assim tão belo, não dá pra esquecer.
O tempo passou e minha segunda filha nasceu. No seu primeiro aniversário decidi que iríamos comemorar com “os saltimbancos”, ou “os músicos de Bremen”. Imediatamente me lembrei da Luciana. Trocamos um email incrível onde ela elogiava a escolha do tema e me contava da viajem para a Alemanha, onde ela e sua família fizeram a Rota dos Contos de Fadas dos irmãos Grimm.
Desde então acompanho seu trabalho.
De lá pra cá, o Ateliê Felizidade tomou forma. A “Casinha dos Sonhos” – como ela mesma denomina -, localizada na Vila Leopoldina, em São Paulo, recebe festas intimistas e é alugada para treinamentos e cursos. Além dos kits de decoração, que são vendidos no Instagram  @felizidade (veja também em https://www.facebook.com/atelie.felizidade e http://ateliefelizidade.blogspot.com.br)
E agora com vocês, nossa deliciosa conversa.

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Paty Juliani: Me conte um pouco sobre você, seu trabalho e o Ateliê Felizidade.
Luciana: Fiz faculdade de Biologia e nela me encantei pela genética humana. Foram anos entre mestrado, doutorado e Pós-Doc. Mas a vida acadêmica não me brilhava os olhos, então, depois que minha filha nasceu, fui trabalhar na Natura, na área de Pesquisas em Bem-Estar.
Foi um grande presente, ainda mais quando fiquei responsável pelo estudo da Psicologia Positiva e da Ciência da Felicidade.
Mais alguns anos de vida corporativa e veio meu segundo pacotinho. Já não conseguia mais me dividir entre trabalho e esse amor incondicional. A maternidade gritou alto e eu fui viver dias deliciosos ao lado deles.
Depois de um tempinho, a vontade de aplicar tudo que já tinha aprendido veio forte e então nasceu o Ateliê Felizidade.
De início era para ser uma marca de roupa infantil, mas uma grande amiga me pediu ajuda para decorar a festa das filhas e eu me entreguei. Ali percebi a riqueza deste momento, a oportunidade de aplicar muito do que eu tinha aprendido sobre a felicidade.
Os olhinhos brilhantes encantados com as cores e as texturas, o sentimento de pertencimento, a auto-estima fortalecida em cada tarefa realizada, a percepção do amor envolvido, a observação do simples, o valor das amizades… tudo isso me convenceu de que o ateliê isso seria. Então comecei a fazer essas festas simples e cheias de sentido.
Não sei dizer quantas foram as mesas elaboradas, desenhadas e montadas junto com as crianças, mas foram muitas e me encheram de uma alegria difícil de contar aqui.

*Esse post foi originalmente publicado em 15 de fevereiro de 2015.

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