por Rita Durigan
Valentina está sentada no carpete, meia atrapalhada tentando juntar os brinquinhos que deixou cair ao abrir um porta-jóias que fica no meu quarto.
-“Mamãe, mas essas coisas são minhas e eu quero muito guardar no meu quartinho”, justifica-se quando me aproximo.
-“Filha, mas você derrubou tudo! Olha, tá faltando um e a gente precisa encontrar.”
Depois de um tempo de busca sem sucesso…
-“Mamãe, meu coração está triste que eu perdi. Desculpa. A gente vai achar?”, pergunta, já me abraçando sentida.
-“Eu desculpo, filha. E quem pode ficar sem o brinco é você. A Mamãe te ajuda a procurar, deve estar por aqui…” Voltamos às buscas. -“Se a gente não achar agora, alguém pode pisar ou chutar sem querer, ou a Mamãe passa o aspirador e ai vai perder de verdade.”
-“Perder de verdade, Mamãe?!”, diz, como quem percebe um novo sentido para a mesma palavra. -“O que é perder, Mamãe?”
Dica: Você também pode gostar do Miniconto – Nem tudo está perdido