por Rita Durigan
Domingo de manhã, à caminho da missa, Valentina para o patinete, olha pra mim e diz: “Mamãe, olha o que eu achei. Um passarinho que está morrendo!”
Era um filhotinho recém-nascido, já morto, caído embaixo de uma árvore.
“Filha, é triste, mas ele morreu. Virou estrelinha.”
“Mas Mamãe, eu não quero que ele morre. Eu fiquei muito triste. E a Mamãe dele vai chorar muito!”
“Vai, filha. Eu sei. Ele deve ter caído lá cima. Por isso a gente fala pra tomar cuidado quando está no alto, perto de janela. É muito triste quando isso acontece.”
“Acho que a gente tem que ir na casa da Mãezinha do Céu rezar pra ele, Mamãe.” E segue, dando uma última olhadinha pro passarinho.
Na volta pra casa, estávamos do outro lado da calçada. “Mamãe, ele não está aqui. Mas ele vai sarar. Outro dia você me traz pra ver que ele já sarou?”
“Filha, ele morreu. Não tem mais como sarar.”
“Não, Mamãe. Eu tô te falando que ele vai sarar sim!”
“Mas filha…”
“Mamãe, você promete que ele vai sarar?!”

Meu marido me mandou essa tirinha quando contei pra ele a história desse miniconto. 🙂