por Rita Durigan
Flagro Valentina de cabeça baixa, com os olhos cheios de lágrimas. Não é a primeira vez desde que voltamos do Brasil e já imagino a causa, mas pergunto:
-“Filha, por que você está chorando?”
-Não estou chorando, Mamãe”, diz, encostando o rosto em mim. “Está saindo água dos meus olhos porque eu estou com saudades da minha prima.”
Abraço ela e converso sobre ser normal sentir saudades quando estamos longe de quem amamos. Ela diz que também está triste por ter brigado com a prima. Explico que isso ajuda a aprender e que ela pode lembrar de nao brigar mais da próxima vez. Ela vai pro quarto e vou pra lavanderia. Ela vem até mim novamente e diz que ainda está triste, com saudades.
-“A vida é assim mesmo, filha”, respondo como se quisesse fugir da realidade.
-“Não, Mamãe. Minha vida não é assim não.”
-“E como é sua vida então, filha?”
-“É perto da minha prima.”
Nem tudo pode ser do “jeitinho” que a gente quer e imagina….
E a cada dia temos que aprender um pouquinho mais sobre a diferença entre o que queremos e o que a vida nos dá. E seguimos , caminhando e aprendendo a viver.
As crianças são puras e “resolvem” tudo
muito simples e práticas. Os adultos, ah …os adultos!
Seguimos vivendo da melhor forma o que a vida nos dá.