por Nós Três
Paty Juliani – Carnaval para mim é mais do que uma festa linda, alegre, popular e democrática. É também memória e lembrança de boas e inesquecíveis histórias de família. Desde que nasci, acompanhei meu pai trabalhando incansavelmente nessa festa. Contratando músicos, ensaiando, montando repertório e fazendo a festa em nossa cidade. Nas matinês, minha mãe preparava nossas fantasias (minha e de meus irmãos) e eu dançava sem parar, aguardando o melhor momento da festa: subir no palco e estar lá com meu pai e os músicos. Cresci e as coisas melhoravam. Eu finalmente poderia ir aos bailes.
Os ensaios começavam uma semana antes. Os músicos chegavam de São Paulo e outros lugares e a casa virava uma festa.
Meu pai, sempre muito concentrado e profissional, comandando tudo com muita sabedoria e responsabilidade. Foram muitos carnavais…
O tempo passou, a vida mudou… os carnavais de clube de minha cidade acabaram e seguimos em frente. Mas a paixão por essa festa sempre continuou. Fantasias, blocos, salões, ainda fazem parte da folia e isso é quase um ritual.
Ano passado, um convite me fez tremer de alegria e ansiedade: estar a frente de um carnaval para crianças, na cidade onde atualmente eu moro. Eu queria e desejava muito, mas decidi que só assumiria essa empreitada se ele me acompanhasse: meu pai. Para minha surpresa, ele topou! Eu, ele, e uma baterista amiga, fizemos o Bloco do Bebê, o que foi para mim uma imensa alegria.
Este ano, o Carnaval ganhou um brilho muito maior: ele foi convidado para assumir uma noite de carnaval no novo clube de nossa cidade. Montando a banda e tentando resgatar algo perdido para todos: a festa que existiu durante muitos e muitos anos. Ele topou e só nós (família) sabíamos o que isso significava. As dificuldades foram enormes pois o tempo passou e os músicos de antes não estavam mais ali. Mas, se ele assumiu, a coisa era séria e o Carnaval saiu. Fui convidada para estar ao seu lado. Auxiliei no que foi possível – repertório, montagem de pasta e cantando algumas músicas. Minha contribuição pouco importava pois o que eu queria mesmo era estar ali, com ele, no palco, vivendo e revivendo aquilo tudo novamente, mesmo que eu nada fizesse.
E foi lindo! Foi lindo ver ele no palco. Foi lindo ver minha mãe torcendo lá embaixo. Foi lindo ver meus irmãos preocupados e presentes o tempo todo. Foi lindo ver minhas meninas durante o processo (porque não foram no baile, claro!), mesmo sem entender muito, compreendendo que aquilo tudo era importante e necessário para a mãe e, foi lindo estar ao lado de meu pai, no palco, o tempo todo. Querendo que tudo funcionasse, querendo estar ali como apoio (mesmo sem poder muito fazer) e curtindo… curtindo muito por tudo que já foi, por tudo que é e por tudo que ainda será.
Nosso “o que gostamos” de hoje vai para isso: para histórias que contam as nossas histórias. Que nos constroem como pessoas, como pais e como seres humanos.
Rita Durigan – “Quem me conheceu adolescente em Ibirá, interior de SP onde cresci, sabe o quanto amei e aproveitei o Carnaval. De esperar o ano inteiro pela sexta de Carnaval e só parar quando a quarta-feira de Cinzas amanhecia. Com o tempo isso passou. Mas Carnaval ainda é uma festa que me traz alegria. E esse ano me dei conta de que minha filha de 4 anos e meio não tem ideia do que é Carnaval. Essa, aliás, é uma época impossível de não se contagiar com o clima do Brasil que me chega pelas redes socias: crianças e adultos coloridos, fantasias, bloquinhos, confete e serpentina… bate uma nostalgia do bom e velho Carnaval. Pra resolver um pouquinho isso escolhi algumas fotos sobre essa festa brasileira e fui montando um painel e explicando pra Valentina o que é. Duas delas são as minhas nesse post, com meu irmão e
meus primos, na década de 80. E ela vai apresentar amanhã, terça de Carnaval, para os amiguinhos das aulinhas que ela faz. Além disso, estamos curtindo por aqui, nesse frio de doer que tem feito, mas com nossos corações aquecidos e inspirados por quem está na folia aí no Brasil. Quem sabe um dia a gente não pinta por ai num bailinho, bloquinho ou na avenida?! <3″
Dede Lovitch – Bernardo, Constance e eu fomos com os primos e primas curtir o Carnaval de rua em Atibaia, marcado pelo desfile dos boneções. Pra quem adora arte e teatro, não precisa dizer o quanto estamos aproveitando, né?!
Saudades de um Carnaval de “antigamente”, puro e alegre. Apesar de nunca ter sido uma carnavalesca, fico na saudade desse tempo que não volta mais.Eram blocos, clubes, fantasias, namoradinhos e músicas inesquecíveis , sem medo de ser feliz.