por Rita Durigan
Sou das listas. Preciso anotar e ir riscando o que foi feito. A sensação de eliminar algo dali, no entanto, nem sempre tem o mesmo peso da sensação de quanto entra algo novo, a toda hora. Nem sempre celebro tanto quanto me angustio quando mais chegam ítens do que se vão. Nas listas, das listas.
Eu não aprendi a lidar com isso.
Ando trabalhando melhor os nãos necessários. Nem todos, mas alguns. E sinto que faz um bem danado. Mas quando digo sim e não dou conta… pesa. Muito. Ainda mais se eu disse sim por querer de fato fazer.
Só que a vida não tem funcionado milimetricamente, como se coubesse numa agenda perfeitinha que respeita os segundos do relógio. A vida pulsa, corre, sobe e desce, montanha russa. E a gente vai ajustando daqui, apertando dali, e vai. Dali, o Salvador, da obra “A persistência da memória”, que ilustra esse post, derreteu relógios que passam a passar o tempo de forma diferente. Mas nem sempre é assim. E nem isso parou o tempo.
Tem coisa que escapa como areia pelos dedos. Quando você vê, o tempo já era. Passsou.
Sensação ruim essa. A de estar sempre devendo pra lista. E mesmo nos dias que rendem, ainda assim, algo ficou.
Paciência. É a vida. Enquanto ela vai sem pressa de me esperar, eu vou apenas tentando aprender a priorizar. Só preciso assumir que é isso que importa, as prioridades. E curtir. E respirar.
Quem mais?!? \o/