Miniconto – Solidariedade num mundo cheio de desigualdades

por Dede Lovitch

Num sábado desses indo visitar meu pai no sítio, em plena avenida do Estado em frente ao metrô Armênia, num desses momentos que a gente não sabe explicar muito bem, subi num canto de uma calçada e meu pneu rasgou, parei na hora, desci do carro e olhei para o pneu e em meio aos meus pensamentos sobre por onde começaria, um senhor apareceu do meu lado e sem perguntar e com uma voz suave falou:

“Eu troco pra senhora”.

Agradeci e aceitei. Ficamos ali, eu e Bernardo auxiliando nas ferramentas e Constance observando, foi bem rápido, ele se levantou, pegou a sacola, olhou para nós três e já andando se despediu. Nos distraímos com uma moradora de rua que nos alertou sobre o porta malas aberto:

“Olha só, o porta mala está aberto, a senhora precisa de ajuda?”

Olhei pra aquela mulher, toda suja de fuligem da poluição dos carros, com aquelas roupas pelo menos 3 números maiores que o tamanho dela, com olheiras fundas marcadas pelo cansaço de uma vida sempre alerta, essa mulher, nos ofereceu ajuda, respondi que estava tudo bem agora e agradeci, ela prosseguiu em seu caminho sem rumo. O Bernardo a seguiu com os olhos, eu voltei para o carro, quando entramos ele disse:

“Quantas pessoas boas há no mundo, parece que não tem nada, mas deram tudo que a gente precisava”.

Procuramos o homem com os olhos, não mais o achamos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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