Por Dede Lovitch
Num certo tempo em uma certa escola dentro de uma certa atividade extracurricular, meu sobrinho, João Gabriel, foi abordado pelo professor e sua tutora, que conduziam uma aula de agrimensura:
“João, você precisa elaborar a tarefa com mais precisão, buscar maior perfeição”.
E ele olhou bem para os dois e disse:
“Por realidade e perfeição, compreeendo a mesma coisa”
Imediatamente a tutora perguntou:
“João, quem disse isso? Onde você viu isso?”
Ele rapidamente responde:
“No Ética de Spinoza”
Então ela com um tom autoritário responde:
“Ele está errado, nós como seres humanos devemos buscar a perfeição”
João Gabriel percebendo que uma discussão não o levaria a lugar nenhum, soltou um “OK” sem muita intonação especifica.
Os adultos continuaram suas falas com mais alguns argumentos, que se tornaram irrelevantes nessa narrativa, e fecham com a seguinte afirmação:
“Sendo assim, você deveria ler menos e focar mais naquilo que a gente te pede”.
João Gabriel agora tem 18 anos, saindo do ensino médio ( na mesma escola) e está escrevendo seu TCC sobre “Ética” de Spinoza.
Subestimar a capacidade de raciocínio e argumentação dos alunos é cruel, para quem subestima, principalmente.
Professores…todos servem de inspiração. Uns capricham na sua forma de inspirar. João soube aproveitar esse momento.