por Pati Juliani (colaboração especial de Janice Kirner, mãe, artista, artesã, e apaixonada por histórias).
O post de hoje é um presente para o Dia das Crianças. Um presente que ganhamos de uma mãe, artista, artesã, apaixonada por histórias, e leitora, que virou colaboradora. Uma educadora que tem, assim como eu, paixão por esses fios de fazeres e narrativas. Janice Kirner mora em São Carlos, interior de São Paulo, com seu marido e sua filha Estela, de 6 anos. É arte-educadora, especialista em artes manuais com pesquisa sobre o ensino de Trabalhos Manuais Waldorf e histórias (Instagram: @umfiosemfim).
Ela escreveu esse post exclusivamente para o Criar com Asas. Portanto, aproveitem que é material de primeiríssima qualidade.
por Janice Kirner
Com o Dia das Crianças se aproximando, fiquei pensando em como podemos ler e fazer atividades com os pequenos ao mesmo tempo em que resgatamos nossa própria infância. Porque, se um dos objetivos de lermos com nossos filhos, sobrinhos, afilhados ou mesmo alunos é compartilhar tempo e afetos, pode ser muito divertido relembrarmos do nosso tempo de criança.
Para isso, escolhi dois livros que agradam crianças e adultos ao mesmo tempo em que trazem essa reflexão sobre a infância até nos mais crescidos.
O primeiro livro é “Mamãe já foi pequena antes de ser grande”, de Valérie Larrondo e Claudine Desmarteau, publicado pela Rocco Jovens Leitores. Nesse livro, texto e imagem se contradizem, mostrando de um jeito bem engraçado que apesar de não admitir, a mãe quando criança não era tão comportada assim. Prepare-se para uma leitura irreverente e debochada – com palavrões e tudo – além de muitas risadas.
A visão da infância no livro “Coisa de gente grande”, de Patricia Auerbach, publicado pela SESI-SP Editora (minha cópia é da antiga Editora Cosac Naify) é bem mais poética. Em cada página, o texto e as imagens nos fazem refletir sobre o que é a infância e quando ela termina. E se termina. Acho que esse é um livro perfeito para ser compartilhado entre as crianças de hoje e de ontem.
A partir dessas leituras podem surgir conversas sobre a infância dos adultos, as músicas que se ouvia naquela época, as brincadeiras preferidas. Aqui em casa a frase “conta uma história de quando você era pequena” é muito frequente e sempre oferece um convite para conexão entre adulto e criança. Que tal nesse Dia das Crianças resgatar e dividir com suas crianças algumas brincadeiras que você gostava de fazer quando pequeno/a?
Outra possibilidade é promover aquelas atividades que nem sempre fazem parte da rotina, que podem exigir uma estrutura um pouco mais caprichada, mas são deliciosas! Pintar com tinta sobre papel ou quem sabe sobre o muro do quintal, fazer papel reciclado em casa, tingir tecidos com tinta mesmo ou com materiais naturais como cascas de cebola ou de jabuticaba, ou o que fizer sentido pra vocês. Às vezes, fazer uma arte com muita bagunça em conjunto é um ótimo jeito de resgatar a criança dentro da gente e nos conectarmos com aquelas que temos do nosso lado.