Por Pati Juliani
O livro Lampião & Lancelote, de Fernando Vilela, publicado pela editora Pequena Zahar é simplesmente arrebatador!
O projeto gráfico, a ilustração e a incrível relação de encontro textual trazendo esses dois personagens tão emblemáticos, proporciona uma experiência estética e visual de tirar o fôlego.
Por aqui, eu e minhas filhas conversamos sobre a ilustração, a técnica usada, as cores, o que elas significavam dentro do texto, retomamos a história do nosso Lampião e fizemos relações com outros cavalheiros, de filmes que estamos assistindo, da mitologia, quando Lancelote apareceu.
E, para contextualizar tudo isso, trago aqui a resenha escrita por Braulio Tavares:
“As aventuras de cavaleiros medievais estão no repertório dos livros infantis e juvenis do mundo inteiro. Já as histórias de cangaceiros são um dos ciclos mais populares da literatura de cordel nordestina. Para o ilustrador e autor Fernando Vilela, o encontro entre o cavaleiro Lancelote e o cangaceiro Lampião foi uma idéia irresistível, que lhe permitiu mostrar as semelhanças entre dois universos que parecem muito distantes.
Assim como na arte da xilogravura duas matrizes de madeira produzem cores diferentes sobre a mesma imagem, aqui as narrativas épicas da cultura medieval e as sextilhas dos cordelistas do sertão são matrizes que se juntam para criar uma história em prosa e em verso, em carimbo e em xilogravura, mostrando o instante em que dois universos paralelos se cruzaram através das figuras de seus maiores heróis.
As cores especial também dialogam para demarcar e unir os momentos do livro. O cobre reflete os detalhes da indumentária, balas e moedas de Lampião, enquanto o prata caracteriza as vestes e armas de Lancelote.
O resultado é uma aventura visual e poética à altura das duas culturas que a inspiraram.”