por Rita Durigan
É muito de repente que acontecem as transições da dependência total para o “eu já fiz sozinho/a.”
Com as lições de casa, por aqui (que são mais do que considero necessárias para a idade e menos do que sei que vem pela frente), tem sido assim. Já que existe, fazemos desse o momento de rever o que se tem aprendido na escola. E, claro, continuar o diálogo sobre a manhã na escola que começa no caminho ou no lanche.
Nosso ritual é fazer logo que chegamos em casa, pra ter a tarde livre para brincar ou alguma atividade. Mas, ultimamente, enquanto eu lavo as louças do lanche e a lancheira do almoço dela, ela faz a lição de Matemática quase que num passe de mágica, ali mesmo, na minha frente, e diz: “já fiz, Mamãe.” A questão aqui passa longe de medir competências ou inteligências. Estou falando de independência.
A mim, além de responder uma pergunta ou outra, resta conferir e identificar as razões de uma conta errada ou da ausência de uma explicação solicitada, quando o foco já é outro.
A de Writing (escrita, em Inglês, já que ela estuda aqui nos Estados Unidos), ou as atividades de Português (como a da foto), tem uma mecânica mais interativa e conseguimos fazer juntas, quando ela não pega a folhinha e começa a fazer sozinha. Nesses dias eu me coloco à disposição e observo. Ela acaba me “explicando” espontaneamente o que está fazendo, pede ajuda para uma e outra palavra, mantendo o momento de conversa e conexão sobre o que acontece quando está na escola. Mas vai ficando cada vez mais independente e consciente disso. E tem sido lindo acompanhar de perto mais essa fase da minha pequena, apenas reajustando as funções práticas do maternar, mantendo assim a conexão. ❤️
