por Rita Durigan
Numa mesma semana ouvi de 3 amigas diferentes, em situações diferentes, um desabafo parecido sobre o dia atribulado de nós, mulheres, mães. As questões que norteavam a conversa eram as mesmas. Era como se um mesmo roteiro ganhasse diferentes intérpretes, personagens de suas próprias vidas. E a identificação, também.
Fiquei pensando no tom de desculpas que colocamos nesse tipo de conversa, em quão solitárias nos sentimos tantas vezes emaranhadas em nossas rotinas – e, aqui, falando da rotina que sufoca, bem diferente daquela que libera espaço de vida, destacada no post “Você gosta de ter rotinas?”. Fiquei pensando em como agimos com nossos filhos quando estamos sobrecarregadas. Em como, tantas vezes, botamos a responsabilidade por nosso cansaço ou insatisfações na maternidade e, pior, nas crianças. E isso, sem dúvida, é tema importante para outra conversa.
Mas qual seria a solução? Difícil dizer assim, pois a vida não se assa como um bolo de receita boa num forno regulado com a assadeira já treinada pra deixar a massa fofinha. Tem uma coisa, no entanto, capaz de ajudar a gente a não se sentir sozinha em um emaranhado de pensamentos que vão nos tirando as perspectivas: converse com uma amiga.
Fale, escute. Pode ser que ela esteja se sentindo da mesma forma que você. Pode ser que ela te ajude a enxergar a luz que brilha no fim do túnel. Ou que, juntas, vocês encontrem um jeito de acender as luzes que foram se apagando ao longo do caminho.