por Rita Durigan
“Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter…
… só assim, sinto você bem perto de mim
outra vez.”
A romã, sementes.
Lembro delas na carteira do meu pai.
Ano novo!
Sementes renovadas.
Aniversário de casamento. Deles.
As sementes de romã eram pra dar sorte, na carteira.
Pai, você ainda as tem?
A riqueza veio, desde sempre.
Dessas que não acabam nunca.
Tem sorrisos e um amor que vai além dessa saudade.
Das dores.
Sinto o cheiro da comida, vejo você no fogão.
Alquimista de sabores temperados com amor.
“A comida do Vovô é deliciosa.”
Mãe, que cor você vai vestir?
Nunca foi pros outros nem precisou ser branco.
Basta ter o tom dela, o jeito dela.
Sempre foi dela pra ela,
demorei a perceber.
De tão valia que tem!
O vestir,
a maquiagem,
o tecer em linhas e tecidos.
Mãos que escrevem sonhos com agulhas e lãs.
“A Vovó faz coisas tão lindas!”
Este ano, meus cabelos vestiram branco. Gosto deles assim.
Gosto, sim.
Entre o claro e o escuro, vou ficar com os dois.
Equilíbrio.
Gratidão.
Meia noite vem ai.
Meia noite e um. Boom!
Deixe chegar, deixe passar.
De mansinho.
Devagar!
Que venha calmo,
cheio de seus dias, um dia de cada vez.
Aqui em casa, nós 3.
Familinha.
E venha o que vier,
que a gente encontre os meios,
que seja de dentro pra fora,
pra que seja um Feliz Ano Novo!