por Rita Durigan
Por aqui já entramos na segunda infância. Os 9 anos e meio de Valentina anunciam a travessia para a adolescência que não chegará de um dia para o outro, no amanhecer de um aniversário determinado socialmente. Mas que brota aos poucos, como raios de sol invadindo lentamente a manhã de uma sala pelas frestas da janela. Sobre isso falamos no episódio #50 do podcast Criar com Asas, “Eles estão crescendo”, que você pode ouvir no Spotify, na Apple Podcasts ou assistir no YouTube.
Um dos caminhos que tenho trilhado para alimentar o vínculo criado ao longo dos anos e fortalecer nossa conexão é manter o olhar curioso e o interesse genuíno para os gostos dela, me abastecendo deles também.
Foi nesse processo que assistimos em família o documentário sobre a carreira e a vida de Taylor Swift, Miss Americana, com direção de Lana Wilson. Eu gostava de algumas de suas músicas e passei a ouvir bastante nos últimos tempos, já minha filha ama cantar e dançar suas composições. Já me peguei escolhendo as músicas também por conta própria.
Mas conhecer a história tão cheia de tantas coisas pelas quais ou contra as quais lutamos que Taylor Swift viveu; entender o significado por traz de suas composições; ver seu crescimento, amadurecimento, sua dedicação e tropeços, sucessos e injustiças, me tornou ainda mais fã dela. A presença da mãe e seus momentos de defender e de recuar, de seguir ao lado ou apenas deixá-la seguir. Muitas coisas mexeram comigo, com a gente. Tivemos a oportunidade de conversar em família sobre autoconfiança, autoestima, imposições e abusos sobre os corpos femininos, fracassos, política, posições, respeito, a partir de uma artista que ela, nossa menina, trouxe para nossas vidas. A música é uma paixão dela e do pai, e isso torna a conexão mais próxima ainda.
Mesmo depois de alguns dias, perguntas e reflexões ainda povoaram nossas conversas com intensidade e leveza. A música, a vida, a história real e a abertura para conversarmos sobre tudo deu um significado muito especial para esse filme que, espero, você possa assistir no Netflix. Mas, atenção antes de ligar a TV com as crianças na sala: o documentário trata dos abusos públicos que a artista sofreu.
Por aqui, valeu. E ouvir Taylor Swift agora tornou-se ainda mais significativo.

