Por Paty Juliani
É preciso desejar para viver.
Para seguir.
Caminhar.
Se deslocar.
Desejo não apenas pelo belo.
Pela fluidez.
Mas pela intensidade.
Profundidade.
E verdade.
Desejo de saber.
Conhecer.
Se disponibilizar.
Viver e morrer inúmeras vezes no caminhar.
Se refazer e se reconectar.
Se permitir.
Viver tem sido difícil.
Conviver, mais ainda.
Correr.
Passar.
Postar.
Visualizar.
Boiar.
Tem sido o fluxo.
A direção.
A correnteza.
Mas há que se ter braços.
Pernas.
Corpo.
E consciência.
Para não deixar.
Cair.
Boiar.
E passar.
Pela vida.
Pelo outro.
É preciso estar atento.
E forte.
Pactuar.
Não com papéis.
Ou anéis.
Mas compactuar.
Nos toques.
Cheiros.
Sabores.
E entrelaçamentos.
Das horas.
Dos dias.
Dos meses.
Dos anos.
Das pernas.
Dos braços.
E abraços.
Do que se construiu.
Que se constrói.
E se sonha.
Junto.
E ao lado.
Uma escolha.
Diária.
Ininterrupta.
Quando acordo.
E vou deitar.
Quando sinto sua mão.
E ouço sua voz.
Quando vejo seu olhar.
E te vejo escutar.
Se disponibilizar.
Entregar.
Fragilizar.
Para mim.
Para elas.
Para o feminino que te abraça.
Nesse compasso de terra, fogo e água.
Eu celebro sua existência.
Eu agradeço nosso encontro.
Eu renovo nosso (com)pacto quando te vejo com elas.
E com quem nem conhecemos.
E apesar de difícil.
Seguir junto tem tornado tudo possível.
Eu te amo.
E na verdade, era só isso que eu queria dizer.
