A fácil escolha de uma mãe que preferiu ficar sozinha.

Por Dede Lovitch

Mas a difícil tarefa das pessoas entenderem que ela está bem, obrigada.

– Mas você não quer ter alguém? Não se sente sozinha? Você tem que pensar em você também…

E blá blá blá

Desde a separação preferi não me dar a chance de um novo relacionamento.

Estava grávida e com um filho de 4 anos, depois de um rompimento brusco e traumático. Mas se engana quem pensa que o trauma foi a razão para minha escolha.

Tive períodos de fundo do poço total, tristezas sem fim e muitos choros em público e por dentro de mim.

Tive momentos de alívio e resiliência, momentos de lucidez e alegria.

Aquela sensação boba de perceber que as decisões seriam só suas, digo boba porque até agora não sei muito bem se seria boa ou ruim tal sensação. Só sei que até hoje estou tomando decisões sozinha, ou quase sozinha, porque quando me vejo numa sinuca de bico corro para minhas amigas, minha irmã ou meu pai, eles me socorrem, me conhecem e me ouvem, sei que gostam de mim e principalmente dos meus filhos, e é aí que revelo o real motivo para minha escolha.

Meus filhos.

E a partir de agora, tudo que escrevo aqui são “coisas” da minha cabeça, mas para quem me conhece sabe, eu respeito muito essas “coisas”, e tem dado certo.

Crianças pequenas e bebês precisam de atenção e dedicação, se você não tem um vínculo estabelecido com eles, provavelmente não vai colocá-los como prioridade. E para mim, eles são prioridade.

O corre do dia a dia já é difícil quando compartilhado com o genitor, imagine com outra pessoa, que não tem “obrigação” nenhuma com aqueles serezinhos.

Momentos de fragilidade, como doença ou dilemas das idades, já requerem uma paciência gigante de quem ama incondicionalmente. Para quem não tem esse pré requisito básico, todo esse stress fica insustentável.

Sabe aqueles momentos de alegria, primeira palavra, primeira medalha, elogios no geral? Então, você não vai ter aquela pessoa que “realmente” está ali vibrando com essa conquista. Eu sou passional, não me contento com agrado ou educação, precisa ser real, senão vibro sozinha, mesmo, sem ninguém.

Sabe aquela birra? Aquela que você vê no shopping ou no parque, ou no elevador? Pois é, se não for o seu filho você sai rapidinho né?

É disso que se trata.

Nunca mais vou me relacionar com alguém?

Vou sim.

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